Cuiabá, 06 de Julho de 2025

GOVERNO ANUNCIA “RECORDE” NO PLANO SAFRA, MAS DEPUTADO BARBUDO DENUNCIA MAQUIAGEM NOS NÚMEROS

06/07/2025 08:40:00

Brasília, DF – Em cerimônia marcada por discursos otimistas e promessas de fortalecimento do agronegócio, o Governo Federal anunciou nesta semana o Plano Safra 2025/2026, com um volume total de R$ 516,2 bilhões destinados à agricultura empresarial.

 

Apesar do tom festivo adotado pelo Palácio do Planalto, a recepção por parte dos representantes do setor rural foi marcada por desconfiança e críticas contundentes, especialmente pela diferença gritante entre o que se diz em Brasília e o que se vive no campo.

 

O deputado federal Nelson Barbudo (PL-MT), membro da diretoria da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), foi direto ao ponto: “Hoje o governo anunciou o novo Plano Safra 2025/2026.

 

Prometeram números astronômicos — mas a realidade é outra.” Para o parlamentar, o anúncio peca pela falta de honestidade com os produtores rurais. “Falam em mais de R$ 516 bilhões para o agronegócio empresarial e outros R$ 89 bilhões para a agricultura familiar, totalizando R$ 605,2 bilhões. Mas vejam bem: o aumento em relação ao ano passado foi de míseros 1,5%, enquanto a inflação já ultrapassou os 5,3%. É uma conta que não fecha.”

 

A crítica do deputado se ancora em dados concretos. Em 2024/2025, o volume total do Plano Safra foi de R$ 594,5 bilhões. O crescimento nominal de R$ 10,7 bilhões não representa um ganho real — pelo contrário, significa perda de poder de compra.

 

“Se o crédito cresce 1,5% e a inflação corrói 5,3%, quem está financiando, quem trabalha no campo, está perdendo. Isso não é reforço, é retrocesso,” declarou Barbudo, indignado.

 

A FPA, entidade suprapartidária que reúne mais de 300 parlamentares em defesa do setor agropecuário, também manifestou preocupação com o anúncio do Executivo. Em posicionamento oficial, a Frente apontou que, embora o valor total pareça alto, os recursos perdem efeito prático diante da inflação e do aumento nos custos de produção. Para a FPA, o plano carece de um reajuste real que compense os impactos econômicos sofridos pelos produtores ao longo do último ano.

 

Para Barbudo, é inadmissível que o governo tente “maquiar a situação com anúncios pomposos que escondem a perda real”.

 

“Querem nos vender isso como uma grande vitória? É inaceitável.

 

Se é ‘recorde’, que pelo menos pague a inflação. O trabalhador rural precisa de aumento real, não de propaganda,” disparou o deputado.

 

O parlamentar, que recentemente solicitou a criação de uma Subcomissão Permanente para fiscalizar a execução do Plano Safra dentro da Comissão de Agricultura da Câmara, prometeu vigilância e pressão. “Nós, deputados que defendemos o agro junto com a FPA, não vamos nos calar. Chega de números bonitos no papel e realidade dura na ponta da enxada. O campo merece respeito e não maquiagem num anúncio que não cobre sequer o que já foi perdido. Vamos manter a guarda e exigir justiça no orçamento agrícola!”

 

A insatisfação com os valores apresentados deverá repercutir nas próximas semanas no Congresso Nacional, com pressões por suplementações orçamentárias e reformulações no plano. O que era para ser um anúncio de força e crescimento virou, para muitos, mais uma demonstração de desconexão entre o governo e o produtor rural.

 

 

 

 

 

 

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